Comentários Eleison: LÍDERES AFORTUNADOS

Por Dom Williamson

Número DCCCLXII (862) – 20 de janeiro de 2024

 LÍDERES AFORTUNADOS

 

Mas tal mensagem os governantes não ouvirão?

Talvez, mas a verdade foi dita de maneira clara.

“Se o Senhor não edificar a casa, os que a constroem trabalham em vão. Se o Senhor não vigiar a cidade, em vão vigiam as sentinela” (Sl. CXXVI, 1). E que se dirá de quem constrói um Estado! São afortunados os políticos atuais que têm sacerdotes católicos para lembrá-los de como devem servir verdadeiramente a sua terra. Infelizmente, esses mesmos políticos atuais dificilmente têm ouvidos para ouvir essas verdades antigas e importantes. Os líderes da Suíça tiveram recentemente um padre assim, um padre suíço da “Resistência”, o qual lhes pediu que submetessem a direção dos assuntos do seu país ao único e verdadeiro Deus do passado católico da Suíça. A reação deles parece ter sido mínima. Como todos nós, pode ser que tenham que aprender da maneira mais difícil. De qualquer forma, segue abaixo o apelo deste padre, abreviado de modo que caiba em uma página A4:

Honorável Senhora Presidente, honoráveis senhores e senhoras recentemente reeleitos Vereadores Federais, Estaduais ou Municipais para os anos de 2023 a 2027, minhas congratulações pela sua reeleição! Permitam-me, como sacerdote católico dos Apóstolos de Jesus e Maria, apresentar-lhes um pedido para que o governo do nosso país retome publicamente a profissão da religião cristã e o respeito por ela. Assim, poderemos esperar a bênção de Deus e a protecção de nosso amado país. Aqui estão quatro reflexões:

1. Na última grande reunião da mais antiga de todas as igrejas cristãs, o Concílio Vaticano II da Igreja Católica Romana, realizado em Roma de 1962 a 1965, muitos líderes católicos, confrontados com os nossos tempos ímpios, consideraram que seria melhor para a Igreja de Deus modernizar-se. Esse era o problema certo, mas a solução equivocada, pois significava, por exemplo, que a religião seria doravante um assunto meramente privado. Erro grave. Desde muito antes da fundação da Suíça em 1291, Jesus Cristo foi Criador e Redentor de todos os homens já vivos, e até o fim do mundo, Senhor, Juiz e Rei, da Suíça e do mundo inteiro.

2. Como resultado de Cristo e da Sua única e verdadeira Igreja terem sido eliminados pelo deísmo, pelo naturalismo e pelo liberalismo, Cristo é rebaixado ao mesmo nível de todas as outras religiões, e qualquer coisa supostamente sobrenatural perde todo o interesse. A humanidade é entregue à tirania dos estados civis agora puramente seculares. Pois onde quer que a Majestade do único Deus verdadeiro seja colocada entre parênteses, algum antideus obrigatoriamente tomará o Seu lugar.

3. Em meados do século XVII, um santo sacerdote alemão, o Venerável Bartolomeu Holzhauser (1613-1658), recebeu do Céu visões de toda a história da Igreja em sete Idades, incluindo a Quinta Idade da Apostasia, que dura desde Lutero até hoje. Mas ficamos demasiado cegos para podermos ver os nossos tempos dessa maneira.

4. O santo padroeiro da Suíça, Nicolau de Flüe (1417–1487), é famoso por ter dito que: “Se Deus é expulso de um estado, este está condenado à destruição”. Assim, os 700 anos de existência da Suíça como uma democracia cristã estão no fim, a menos que possamos reavivar a profissão de fé em Deus dos nossos antepassados.

Honoráveis líderes do nosso governo, somente Jesus Cristo pode levar-nos ao Céu. Testemunhas desse fato são as igrejas, cruzes e capelas espalhadas por todo o nosso país, assim como os valores cristãos ainda enterrados nas profundezas da consciência de muitos suíços. Mas estes valores estão sendo manchados, ou completamente apagados, de modo que o nosso país está no caminho para a sua destruição, como quando há três anos o povo suíço foi enganado para que votasse a favor de uma lei contrária a Deus e à natureza, em favor do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Se isso passa a ser considerado liberdade de religião e de consciência, levará à perda de toda religião e de toda consciência.

Diante de nós está o Cristianismo ou o comunismo. Todos nós fomos feitos para o Céu. Se os nossos governantes criarem condições favoráveis para a Igreja, a Igreja cuidará do nosso povo e da nossa juventude. Senhoras e Senhores, todos os governantes, permitam-me pedir-lhes que respeitem os direitos de Deus e da família católica de promover e professar a religião cristã, e a manter a neutralidade cristã da nossa terra. E que Deus esteja com todos vocês. Rezo por vocês todos os dias, na Missa e com o Santo Rosário.

Com o maior respeito, e com todas as bênçãos, Pe. Aloysius Bruehwiler.

Kyrie eleison.


Comentários Eleison BR (comentarioseleisonbr.blogspot.com)

Comentários Eleison: VIGANÒ SEDEVACANTISTA? - II

Por Dom Williamson

Número DCCCLXI (861) – 13 de janeiro de 2024

VIGANÒ SEDEVACANTISTA? - II


Se uma alma busca a Autoridade de Deus,

Que o faça somente em uma direção: a Igreja Católica!

Desde que o Arcebispo Viganò, outrora o número quatro na Secretaria de Estado, deixou para trás o Concílio Vaticano II e todas as suas pompas e obras, algumas das observações dele sobre o Papa Bergoglio têm sido tão cáusticas, que muitos católicos se perguntam se esse Arcebispo ainda o considera Papa. Será que ele se uniu às fileiras dos “sedevacantistas”, ou seja, aqueles católicos que consideram que a Sé de Pedro está vacante desde que aquele maldito Concílio causou tantos danos à Igreja Católica? Como é possível que Papas verdadeiramente católicos tenham presidido esse Concílio e suas consequências?

O problema é angustiante, porque com esse Concílio a Autoridade Católica separou-se da Verdade Católica, forçando os católicos a abandonar uma ou outra, total ou parcialmente, já que não podiam mais seguir a ambas. Os católicos ou se agarravam à Verdade e “desobedeciam” mais ou menos ao que parecia ser a Autoridade Católica, ou se agarravam à “Autoridade” falsificada e tornavam-se mais ou menos infiéis à Verdade imutável. Quanto ao Arcebispo Viganò, durante dezenas de anos após o Concílio (1962-1965) ele permaneceu fiel aos seus colegas e companheiros dos mais altos escalões da Autoridade da Igreja, porque, segundo a sua própria confissão, “não podia acreditar que eles pretendiam destruir a Igreja”. Mas em 2018, deparou com tamanha corrupção nos Estados Unidos da América, onde era Núncio Papal, e também na Cúria do Vaticano, que se viu obrigado a procurar a causa proporcionada, e encontrou-a no Concílio. A partir dali, encontrou-a especialmente no Papa conciliar do seu tempo, o “jesuíta argentino”, como ele o chama, sobre quem fez comentários tão contundentes, que muitos observadores foram levados a perguntar-se se esse Arcebispo ainda acreditaria que Bergoglio seja Papa.

Vejamos o que disse em 9 de dezembro. (Ver os “Comentários de Eleison” da semana passada (n° 860 de 4 de janeiro) para um resumo de seis parágrafos do que ele disse, ao que correspondem os seguintes números em letras maiúsculas. Melhor ainda é buscar na Internet as palavras originais completas, acessíveis em inglês em catholicfamilynews.com ou lifesitenews.com.)

1 – Nos últimos 10 anos, a Igreja Católica foi entregue à revolução e ao caos.

2 – Os Cardeais e os Bispos deveriam bloquear essa destruição, mas eles mesmos são demasiado conciliares para fazê-lo.

3 – A Autoridade da Igreja está tão paralisada, que isto só se explica pela “operação do erro” predita para o fim do mundo.

4 –Bergoglio, assim, é um usurpador no Trono de Pedro. É um falso profeta. Não temos de obedecê-lo.

5 – Porém, não temos autoridade para declarar oficialmente que ele não é Papa, e, portanto, não há solução humana.

6 – Nem toda a nossa batalha é meramente entre homens, e pensar assim é um convite a problemas ainda mais sérios.

Aqui está um mero esqueleto da rica argumentação do Arcebispo – ver o original para deixá-lo falar por si mesmo –, mas é suficiente para indicar que ele se afasta do “sedevacantismo” público. Depois de haver dedicado a maior parte do seu discurso (1-4) a construir a acusação contra aquele a quem chama “Bergoglio”, Dom Viganò chega ao ponto culminante no qual proporá a sua própria solução (5). Aqui é bem possível que ele mesmo compartilhe a convicção de muitos católicos sérios de que este ou aquele Papa conciliar, desde João XXIII até Francisco inclusive, não tenha sido verdadeiramente Papa, mas essa convicção, comum a muitos católicos ditos tradicionalistas, nunca pode equivaler a uma declaração oficial da Igreja, e qualquer declaração nesse sentido terá de esperar até que a Madre Igreja se recupere do atual ataque mortal do modernismo, uma enfermidade mental dificilmente curável.

Entretanto, esta parada pública do Arcebispo Viganò no caminho para o sedevacantismo é altamente razoável, porque salvaguarda em uma mente e em um coração católico uma medida de respeito pela Autoridade Católica que de outro modo poderia perder-se completamente. Ai da Tradição Católica, ou da sua “Resistência”, se perdesse todo o respeito pela Autoridade Católica, porque esta é divina, e algum dia deverá voltar, decerto voltará, com força total, tal como o sol depois de um eclipse, e antes do fim do mundo.

Kyrie eleison. 


Comentários Eleison BR (comentarioseleisonbr.blogspot.com)

Comentários Eleison: VIGANÒ SEDEVACANTISTA? - I

 

Por Dom Williamson

Número DCCCLX (860) – 06 de janeiro de 2024

VIGANÒ SEDEVACANTISTA? - I

 

Leitores, preparem-se para analisar, na próxima semana,

O pensamento de um clérigo valente e sábio.

1 No dia 9 deste último mês do ano, Dom Viganò proferiu mais uma das suas esplêndidas Conferências, na qual questionou se o Papa Bergoglio é verdadeiramente Papa. O problema é bem conhecido pelos católicos: ao longo dos últimos dez anos, a Autoridade Católica foi distorcida num autoritarismo arrogante, o próprio sacerdócio de Deus foi distorcido num clericalismo humano, e a Verdade revelada de Deus foi distorcida na revolução e no caos permanentes do homem.

2 Quanto às autoridades da Igreja que estão abaixo do Papa para ajudá-lo a proteger essa Verdade, ou são seus cúmplices ou têm tanto medo dele que as poucas vozes discordantes não se atrevem a tirar as conclusões necessárias, principalmente porque idolatram o Vaticano II. Podem criticar Bergoglio e discordar dele, mas não do Vaticano II. Esses bons homens não querem reconhecer que o processo revolucionário que tornou possível uma pessoa como Bergoglio chegar a ser bispo e cardeal, e finalmente entrar no Conclave e sair “Papa”, se deveu ao Concílio, que para eles é intocável. Assim, somos obrigados a concluir que certas pessoas se preocupam mais com a doutrina do Papado do que com a salvação das almas. Elas preferem ser governadas por um Papa herege e apóstata a reconhecer que um herege ou um apóstata não pode ser cabeça da Igreja à qual, como tal, não pertence.

3 Nenhum Doutor da Igreja chegou alguma vez a contemplar o caso de um Papa apóstata como Bergoglio. Algo dessa dimensão só poderia acontecer num contexto único e extraordinário como o da perseguição final predita pelo profeta Daniel e descrita por São Paulo. E essa “operação do erro” (II Tes. II, 13) é tão eficiente e bem organizada que mostra claramente uma inteligência luciferiana em ação. É por isso que o “problema Bergoglio” não pode ser resolvido de nenhuma maneira ordinária: nenhuma sociedade pode sobreviver à corrupção total da autoridade que a governa, e com a Igreja não é diferente.

4 Nem essa “operação” é meramente a questão de um papa aderir a uma heresia específica (o que, ademais, Bergoglio tem feito repetidamente). Trata-se de um personagem enviado ao Conclave com ordens de revolucionar a Igreja do alto da Cátedra de Pedro. É esta intenção maliciosa de abusar da autoridade e do poder do Papado, adquirida por meio do engano, que faz de Bergoglio um usurpador do Trono de Pedro. Nem podemos comportar-nos como se estivéssemos resolvendo uma questão de Direito Canónico: o Senhor está sendo ultrajado, a Igreja está sendo humilhada e as almas estão se perdendo porque quem está sentado no Trono de Pedro é um usurpador. O comportamento invariável de Bergoglio – antes, durante e depois da sua eleição – é prova suficiente da sua iniquidade inerente. Podemos, portanto, estar moralmente seguros de que ele é um falso profeta? Sim. Estamos, portanto, autorizados em consciência a revogar a nossa obediência àquele que, apresentando-se como Papa, age como o javali bíblico na Vinha do Senhor? Sim.

5 No entanto, não podemos fazer nenhuma declaração oficial de que Bergoglio não é Papa, porque não temos autoridade para isso. Este terrível impasse em que nos encontramos torna impossível qualquer solução meramente humana. A nossa tarefa, porém, não deve ser lutar contra especulações canonistas abstratas, mas resistir com todas as nossas forças – e com a ajuda da graça de Deus – à ação explicitamente destrutiva do jesuíta argentino, rejeitando com coragem e determinação qualquer colaboração, mesmo indireta, com ele ou seus cúmplices.

6 Não nos enganemos: aqueles que persistem em ler a situação atual com olhos meramente humanos expõem não só a si mesmos, mas toda a humanidade à continuação e ao agravamento dessa situação: Pois a nossa batalha não é contra criaturas feitas de carne e osso, mas contra os principados e as potestades, contra os governantes deste mundo de trevas, contra os espíritos do mal que habitam nas regiões superiores (Ef. VI, 12).

Kyrie eleison.


Comentários Eleison BR (comentarioseleisonbr.blogspot.com)

Comentários Eleison: OUTRO TESTEMUNHO

 

Por Dom Williamson

Número DCCCLIX (859) – 30 de dezembro de 2023

 OUTRO TESTEMUNHO

 

A justiça de um Deus paciente em breve golpeará,

Voltar-se para Deus agora muito oportuno será.

Aqui está outro recém-convertido que recebeu muita luz em um mundo tragado pelas trevas da soberba. O homem moderno realmente pensa que com a sua “razão” mesquinha e a sua “ciência” materialista encontrou o verdadeiro caminho para uma vida boa, e que não precisa mais do Deus Todo-Poderoso. Mas Deus não abandona as Suas pobres criaturas humanas desgarradas; na verdade, o velho ditado católico irlandês segue tão verdadeiro como sempre, se não ainda mais: A ajuda de Deus está mais próxima que a porta. “Se não ainda mais”, porque, como diz a Escritura, “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos V, 20). Isto só pode significar que a abundância do mal que hoje nos rodeia deve ser um bom momento para buscarmos a Deus, através de Jesus Cristo – “Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (João VIII, 12). Ora, isso não significa que quem não segue a Cristo estará andando nas trevas? Vamos à leitura.

Permita-me escrever-lhe para agradecer por toda a ajuda que recebi para encontrar o caminho de volta à verdadeira Fé católica através da Missa em latim. Nasci em 1963, cresci em Melbourne, na Austrália, e fui criado como católico no Novus Ordo. Até recentemente, eu não tinha a menor ideia do Vaticano II, nem de que a Missa e a Fé tivessem sido alteradas de forma tão desastrosa a ponto de levar ao colapso da Igreja. Eu simplesmente considerava como algo normal a forma como a Missa foi alterada. Na realidade, aos vinte anos deixei de ir àquela missa e abandonei a Fé, por causa das distrações do mundo, e porque sentia que havia muito pouco ali que realmente se conectasse com o meu espírito.

Foi só quando a “pandemia” de covid emergiu repentinamente que percebi que havia algo profundamente maligno no mundo. Ao longo dos anos, ouvi o senhor em vários podcasts, como o de Andrew Carrington Hitchcock, e seus sermões no Youtube, nos dias em que o senhor não era tão censurado como agora. Pouco a pouco descobri o que era a fé católica, e como a direção do mundo moderno é totalmente contra a Fé e o bom senso. Então, quando assisti às quatro partes de “Confusion now hath made his masterpiece [A confusão agora realizou sua obra-prima]”, tudo se encaixou. Pude ver o que o liberalismo e o declínio da crença em Jesus Cristo tinham feito ao mundo ocidental: o liberalismo transformou o mundo numa fossa de maldade e insanidade.

Por fim, voltei à Missa e aos Sacramentos. Também comecei a assistir à Missa em latim em Melbourne, onde obtive uma exposição muito mais ampla do verdadeiro catolicismo, e percebi que a recepção da Comunhão e muitas outras práticas no Novus Ordo não são nada reverentes. Essas coisas obviamente surgiram do Vaticano II. Durante os confinamentos, eu frequentemente caminhava com um amigo meu, e um dia ele me contou sobre o dia em que viu um salva-vidas do surf ter um ataque cardíaco enquanto nadava em uma praia local. Percebi que poderia morrer a qualquer momento, e que então enfrentaria o Juízo e a eternidade.

Hoje em dia, o mundo está totalmente enfermo, pois a maioria das pessoas abandonou toda fé em Deus. A humanidade quer Satanás como seu mestre. É por isso que os seres humanos foram tão facilmente manipulados pela fraude da covid, com todas as suas restrições estúpidas, e também foram enganados para tomar a vacina mortal. Agradeço a Deus por me ter dado a graça de ver através das mentiras que a grande mídia nos contava ainda no início da chamada pandemia.

Cheguei à conclusão de que o Santo Rosário é a única arma que pode mudar a maré contra o mal. Eis por que Nossa Senhora está sempre pedindo para que o rezemos. O mundo se dirige diretamente para o inferno, e somente a intervenção de Deus Todo-Poderoso pode deter a podridão mortal e restaurar a ordem. Eu realmente acredito que um grande Castigo cairá sobre este mundo nos próximos cinco a dez anos, no máximo, e que os Três Dias de Trevas estarão à nossa porta muito em breve, porque esta é a única maneira de Deus corrigir a humanidade.

Kyrie eleison.


Comentários Eleison BR (comentarioseleisonbr.blogspot.com)

Comentários Eleison: A QUEDA DA EUROPA – II

Por Dom Williamson

Número DCCCLVIII (858) – 23 de dezembro de 2023

 A QUEDA DA EUROPA – II

 

  Ao recusar Deus, os homens devem recorrer à humanidade –

  E logo passa a desdenhar da Beleza, da Verdade e da Bondade.

Na semana passada, estes “Comentários” apresentaram, sem muitas explicações, o resumo – até onde foi possível –  de um excelente artigo sobre o atual estado deplorável da França e da Europa, escrito por um nacionalista francês, com o pseudônimo “Militant”. (Para o artigo original completo, consultar https://jeune-nation.com/nationalisme/natio-france/prenons-un-seul-parti-de-la-france-helleno-chretienne.) Um artigo desses publicado em uma revista política pode parecer não ter tem muito que ver com religião, mas é por isso que interessa para estes “Comentários”. O que estes gostariam de demonstrar é que os problemas mais graves da política humana não podem ser resolvidos sem a religião católica. Para demonstrar isso é mais fácil dizer do que fazer, porque toda a mentalidade do homem moderno se baseia na crença de que a política, a economia, a arte, a medicina, o direito, a música, etc. não têm nada que ver com a religião, ou a religião não tem nada que ver com eles. Em outras palavras, o melhor da argumentação política não vai longe o suficiente.

Comecemos com um resumo em sete parágrafos do artigo da semana passada, ainda mais breve.

1 A França e a Europa estão colapsando. Nós, nacionalistas, há muito que temos anunciado a catástrofe.

2 A partir da década de 1950, um desastre político após outro causou pouca reação por parte do público.

3 Desde a Idade Média, a França exerceu uma influência mundial largamente benéfica – que não existe mais.

4 Hoje em dia, a França e a Europa estão deixando-se escravizar rapidamente pelos banqueiros gângsters de Nova Iorque e Londres.

5 Por meio da sua guerra por procuração na Ucrânia, os EUA quebraram a concorrência da Europa e da Alemanha.

6 Aqui está o fim de um mundo, mas as mais altas instituições da França permanecem em silêncio, dóceis, e seguem o fluxo.

7 Qual é a solução? Na política devemos fazer o que pudermos, e preservando os tesouros culturais para tempos melhores.

Mas agora vejamos se esta solução está perto de resolver a catástrofe evocada no início:

1 Na verdade, os homens que amam o seu país não ficam satisfeitos com o sonambulismo enquanto ele está a ser destruído. Pelo menos os nacionalistas enxergam o grave problema e soam o alarme, e têm crédito por isso. Mas se tiverem olhos de ver, devem reconhecer que a “política”, tal como se entende hoje em dia, fracassou, está falida, quebrada. Por quê?

2 Os nacionalistas, observando a própria falta de reação por parte do público, deveriam perguntar-se: como se pode refazer uma nação a partir de uma humanidade que que está desfeita? O que está desfazendo o homem moderno? O que ainda pode refazê-lo? Uma família e um lar sólidos? Mas em comparação com a religião, o que mais pode a política fazer pela família e pelo lar? Não há como comparar!

3 Caros franceses, observem bem aquela glória da França na Idade Média! De onde vocês acham que veio? Da política? De maneira nenhuma! Veio da Igreja, e não dos protestantes franceses, mas da Igreja Católica, que recebeu de Deus dons excepcionais para iluminar o mundo.

4 Caros amigos franceses, não culpem os anglos pelas suas próprias revoluções contra Deus. Está aí, e não em outro lugar, a fonte envenenada de todos os seus problemas políticos, que agora envenenam o mundo. Problemas caros não têm soluções baratas. Trair a Deus é um problema que não tem solução meramente política!

5 É verdade que os EUA e a Inglaterra dão muitos motivos para culpá-los, mas Deus nunca os designou para estarem à frente das nações. Nem a França egoisticamente nacionalista foi designada por Deus para isso, mas tão somente a França desinteressadamente católica, à maneira do Arcebispo Lefebvre. Veja o que a sua piedade francesa alcançou.

 

6 Mas por que a França é atualmente liderada por indivíduos tão “infames”? Porque estes são os homens nos quais atualmente se votam, permitam-me dizê-lo, pela “política” numa “democracia”. E o mesmo está a acontecer em toda a Europa. O homem moderno não acredita em Deus ou na religião, mas no homem e na política. Ora, o lixo resultante é alguma surpresa?

7 Não admira que o bravo escritor nacionalista chegue a uma solução tão frágil. É verdade que os monges medievais guardaram tesouros da cultura antiga para o benefício de toda a humanidade séculos mais tarde, mas pelo que foram motivados? Não pela política, mas por aquela religião que ensinou o valor perdurável da Beleza, do Bem e da Verdade.

É claro que a política está sujeita à religião, ou à falta de religião, e a religião, ou a sua falta, governa a política. A razão não é difícil de encontrar. Deus existe, infinitamente acima de Suas criaturas meramente humanas, e n’Ele todos “vivem, se movem e têm seu ser”, em cada momento de sua existência (Atos XVIII, 28). A política não pode estar tão próxima de qualquer homem vivo. Pois, com efeito, a religião é a relação que cada homem deve ter com este Deus tão profundo dentro dele, enquanto a política é tão somente a relação exterior que ele tem com os seus semelhantes. Mas se um homem se recusa a crer em Deus, então naturalmente a sua política se torna a sua religião substituta. Cuidado, nacionalistas!

Kyrie eleison.


Comentários Eleison BR (comentarioseleisonbr.blogspot.com)

Ordenações Sacerdotais para Membros da FBMV

No dia 6 de janeiro de 2024, Festa da Epifania do Senhor, sua Excia. D. Tomás de Aquino, OSB, com a graça de Deus, conferiu o Sacramento da Ordem aos Padres Alberto e Lourenço, membros da FBMV. A cerimônia encheu de júbilo e esperança não só os monges marianos, mas toda a comunidade de fiéis que têm agora assegurada a continuação da obra apostólica da pequena Familia em seu Mosteiro de Nossa Senhora da Fé e Rosário.

Roguemos aos céus pelos ministérios dos nossos novos padres e não cessemos de dar graças pelos dons recebidos.

Seguem as fotos da cerimônia em ordem cronológica:

















































































































Causa nostrae laetitiae, ora pro nobis.