Comentários Eleison: 79 SEMINARISTAS – III


Por Dom Williamson

Número DCCC (800) – 12 de novembro de 2022

 

79 SEMINARISTAS – III

 

Tenha paciência, muitas mentiras serão desfeitas em breve.

A ira de Deus fará com que desapareçam.

 

Nas últimas duas semanas, estes “Comentários” apresentaram as aparentes boas notícias de um número recorde de novos seminaristas para o novo ano letivo nos quatro grandes seminários da “Fraternidade Sacerdotal São Pio X”, mas os “Comentários” também questionaram se essas boas notícias seriam tão boas como aparentam. Pois, tal como o Vaticano II (1962-1965) substituiu oficialmente a verdadeira Igreja Católica pela Neoigreja conciliar, centrada no homem e não em Deus, também o Capítulo Geral da Fraternidade de 2012 substituiu oficialmente a verdadeira Fraternidade do Arcebispo Lefebvre por uma Neofraternidade essencialmente diferente. O que resta demonstrar é que o que aconteceu com a Fraternidade em 2012 foi uma mudança tal que lançou dúvidas sobre se a notícia das 79 novas vocações sacerdotais é realmente boa.

 

Louvado seja Deus por tantos jovens que ainda hoje têm fé, coragem e boa vontade suficientes para quererem ser padres tradicionais, e louvada seja a Neofraternidade por manter tradição católica suficiente para atrair esses jovens. Contudo, nos seminários da Neofraternidade sob o controle dos sucessores do Arcebispo, eles aprenderão o que teriam aprendido enquanto o Arcebispo ainda estava no controle? Certamente não. E será que isso importa? Certamente sim. E em que consiste essa diferença?

 

Antes de 2012, um princípio estabelecido pelo Arcebispo ainda era a política oficial da Fraternidade em relação a Roma, nomeadamente, que não pode haver um acordo meramente prático entre a FSSPX e a Neoigreja sem que primeiro haja um acordo doutrinal, em outras palavras, a Verdade antes da Autoridade. Pelo contrário, já que em 2012 qualquer acordo doutrinal parecia impossível, o Capítulo Geral daquele ano estabeleceu como princípio que, mesmo sem um acordo doutrinal, ainda seria possível e desejável um acordo prático com Roma, ou seja, simpatia com a Autoridade mesmo sem a Verdade. Ora, para ser justo com a Neofraternidade, isto não significava aceitar nem o Vaticano II (a teoria do modernismo) nem a Missa Nova (a sua prática), para que não se pudesse acusar a Neofraternidade de abandonar completamente a Verdade. Mas enquanto o Arcebispo, após 1988, cortou todo o contato prático com os modernistas infiéis, pelo contrário, quase tão logo após a sua morte, em 1991, os seus sucessores renovaram esses contatos perigosos, mas supostamente inofensivos (haverá de fato algo mais escorregadio ou infeccioso do que a heresia do modernismo?).

 

E considerando que o Arcebispo Lefebvre coroou sua longa e ilustre carreira como Bispo católico salvando a Tradição Católica (Verdade) para toda a Igreja, ao consagrar quatro Bispos para assegurar a sobrevivência da Fraternidade em 1988 contra a condenação expressa do Papa (Autoridade); e considerando que o Arcebispo Viganò continua em seus gloriosos passos ao (Verdade) denunciar clara e publicamente os crimes indescritíveis da nossa atual Igreja (Autoridade) e dos líderes mundiais; pelo contrário, a Neofraternidade oficial é silenciosa ou crítica em relação ao Arcebispo Viganò (Verdade), mas acata a aparente Autoridade, por exemplo: no mundo, no que diz respeito à abominável “vacina” da covid, e, na Igreja, em relação ao Papa Bergoglio, porque a Neofraternidade quer que este notório assassino da Tradição Católica dê sua aprovação oficial à sua consagração de Bispos para a Tradição! O Pe. Schmidberger (Superior-Geral da FSSPX de 1982 a 1994) não disse recentemente a um leigo que perguntou sobre os Bispos tão necessários para a FSSPX, que não está consagrando nenhum, porque estava esperando a luz verde do Papa Bergoglio? A Neofraternidade não pode culpar ninguém mais além de si mesma por ter em 2012 conduzido a FSSPX para esse beco sem saída! E ainda pretende levar 79 padres a esse mesmo beco?

 

Tenhamos paciência. Em termos mundanos, o problema básico é que o Arcebispo Lefebvre era um velho lobo, enquanto seus sucessores têm sido, relativamente falando, crias de lobo. Ele conhecia a velha Fé e a velha Igreja, que os jovens dificilmente poderiam conhecer, e levava a velha doutrina a sério, sabendo que a Verdade católica redime o mundo. Deus é amor, sim, mas sem a Verdade Ele não pode ser o verdadeiro Deus. “Para isso nasci e para isto vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da Verdade ouve a minha voz” (Jo. XVIII, 37).

 

Seminaristas, antigos ou novos, ouçam a Sua voz!

 

Kyrie eleison.


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