ACERCA DOS VÍNCULOS DE MONS. HUONDER COM OS JUDEUS E OUTROS EVENTOS GRAVES

Artigo publicado em 17/03/19 por Non Possumus
Tradução: FBMV

Mons. Huonder em audiência privada com o Papa Francisco


Mons. Huonder, que dentro de breve tempo irá se aposentar na FSSPX
[Fato concretizado em 20 de maio de 2019 – Nota FBMV] , mostrou durante sua vida uma preferência especial por Israel e pelo povo judeu. Já sua tese de doutorado, apresentada em 1975, intitula-se: "Israel Filho de Deus: Sobre a interpretação de um tema do Antigo Testamento na exegese judia da Idade Média".

Já sendo bispo, foi nomeado Presidente Delegado da Conferência Episcopal Suíça para a
"Comissão de Discussão entre Judeus e Católicos Romanos" (JRGK, na sua sigla em alemão). Em 2010, a Comissão apresentou o seguinte relatório:

Relatório anual de 2010 da Comissão de Discussão Judeo-Católica Romana (JRGK).

Mons. Vitus Huonder Presidente da referida Comissão (JRGK) por parte da Conferência Episcopal Suíça (SBK, sigla em alemão).

Temas: Em 2010, a JRGK discutiu vários temas relacionados com a relação entre judeus e católicos e a liberdade religiosa na Suíça. A atenção se centralizou nos seguintes temas e tarefas:

    1. O projeto e a preparação do primeiro Dies Judaicus [Dia do Judaísmo. O primeiro foi celebrado na Suíça em 2011, e depois foi estendido a outras nações. Nota do NP] na Suíça no segundo domingo da Quaresma, em 20 de março de 2011, onde a principal tarefa da JRGK foi preparar todos os documentos necessários para o Dies Judaicus, que logo serão traduzidos para o francês pela SBK.

O "Dia do Judaísmo", sobreposto ao segundo domingo da Quaresma, existe graças aos esforços do Bispo Huonder e de seus amigos judeus.

Isso foi dito e feito. Em 20 de março de 2011, foi celebrado o primeiro Dies Judaicus na Suíça, para o qual Mons. Huonder publicou as seguintes palavras (extratos):

Mensagem para o Dies Judaicus, 20 de março de 2011

Os dons e o chamado são irrevogáveis

Mensagem de Mons. Vitus Huonder por ocasião do Dies Judaicus de 2011.

No segundo domingo da Quaresma, 20 de março de 2011, a Conferência Episcopal Suíça estabelece o Dies Judaicus, o Dia para o Povo Judeu.

Se o primeiro objetivo do Dies Judaicus é voltar ao passado, considerando o povo das doze tribos e a origem da fé cristã, a realidade efetiva da solidariedade com o povo judeu nos faz recordar a permanente e sempre presente responsabilidade da Igreja para com o povo judeu.

As terríveis agressões contra esse povo durante a Segunda Guerra Mundial levaram a Igreja a renovar essa responsabilidade e a fazer estas declarações que podemos ler no documento conciliar Nostra Aetate. 

Em vista da realidade de que o antissemitismo se espalhou novamente nos últimos anos, a Igreja sente mais uma vez a necessidade de pedir solidariedade em nosso país para com o povo judeu. Em vista dos temores e necessidades de muitos judeus, ela tem o dever de tomar posição contra "todas as expressões de ódio, perseguição e manifestações de antissemitismo"....

dom permanente da graça. Queria de destacar aqui as palavras de São Paulo, que se referem aos nossos irmãos e irmãs judeus: "Porque os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis" (Rm 11:29). Se os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis, isso só pode significar uma coisa: que o Deus e Pai de todos os homens continua seu plano de salvação para Israel. Deus também continua hoje seu plano de salvação com o povo eleito. Ele não os deixa na mão. Ele também o conduz atualmente...

A partir desse momento, queremos orar para que essa graça e esse chamado irrevogável a Israel deem frutos ainda hoje, para que promovam a justiça e o respeito mútuo e, assim, contribuam para a unidade e a paz entre todos os povos.

Em 2009, essa mesma Comissão de Discussão Judaico-Católica se reuniu na Sinagoga de Berna para discutir os seguintes temas:

1. A nova versão da Oração da Sexta-feira Santa do Papa Bento XVI "Pelos Judeus", de 4 de março de 2009.

2. O levantamento da excomunhão contra quatro bispos da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X pelo Papa Bento XVI em 21 de janeiro de 2009, em que sobre tudo a negação pública do Holocausto por parte de um desses bispos, Richard Williamson, assim como a relação da Fraternidade de São Pio X com a Declaração do Concílio "Nostra aetate"... Esses acontecimentos se converteram num desafio e uma carga para o diálogo judaico-católico. [Agora se entende melhor por que a FSSPX se livrou de Dom Williamson e agora dá as boas-vindas a Dom Houder! Nota do NP] A principal preocupação da JRGK era manter a confiança básica e os fundamentos do diálogo católico-judaico, especialmente à luz das conquistas dos últimos sessenta anos e das tarefas conjuntas que estão por vir. Todos os membros da JRGK lutaram abertamente para chegar a um acordo sobre questões críticas.... Finalmente, está claro que o diálogo judeu-cristão na Suíça deve continuar... Entretanto, uma conversação real em igualdade de condições exige a aceitação absoluta da outra religião e seu pleno respeito. 

3. Olhando para o futuro do diálogo judaico-católico, há outros desafios, como a beatificação do Papa Pio XII...

4. A JRGK alcançou um objetivo importante com a introdução do Dies iudaicus na Suíça desde 2011... A partir de 2011, o Dies iudaicus será celebrado no segundo domingo da Quaresma. A Conferência Episcopal pede a JRGK que forneça às paróquias material adequado para o Dies iudaicus em cooperação litúrgica.

 O relatório anual de 2013 afirma:

Trataram-se dos seguintes temas: o estabelecimento de paróquias especiais com missa tridentina pelo ex-presidente católico da JRGK, Mons. Dr. Vitus Huonder e os problemas do diálogo católico-judaico; o relacionamento entre o Vaticano e a Fraternidade São Pio X.

Por que a Comissão para o diálogo judaico-católico deveu discutir na Sinagoga de Berna a relação entre a FSSPX e Roma e o estabelecimento de paróquias com a Missa Tridentina? O que é isso? Cabe perguntar-nos se existe um plano combinado entre o Papa e a Sinagoga, que atualmente está sendo executado em relação a Mons. Huonder e à FSSPX.

O relatório anual da Conferência dos Bispos Suíços de 2016, nos informa:

27.6.2016, A Pontifícia Comissão Ecclesia Dei prorroga a Mons. Vitus Huonder, Bispo de Chur, seu mandato para continuar as discussões teológicas e pastorais com os círculos ligados à Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Foi por isso que Francisco também prorrogou o mandato de Mons. Huonder como bispo de Chur?  Tudo parece indicar que sim. Em 17 de dezembro do mesmo ano, o Bispo Huonder foi recebido em uma audiência privada por Bergoglio. Menos de um ano depois, em 4 de maio de 2017, a Conferência Episcopal Suíça publicou um comunicado que anunciava a prorrogação do mandato de Dom Huonder:

"O Papa Francisco decidiu não responder agora ao pedido de renúncia de Mons. Vitus Huonder e torná-la efetiva na Páscoa de 2019. O Presidente da Conferência Episcopal Suíça, Mons. Charles Morerod, reagiu da seguinte forma: "Tomamos conhecimento dessa decisão e a respeitamos, é claro".

Friburgo, 4 de maio de 2017, Conferência Episcopal Suíça, Walter Müller, Responsável de Informações."

Em 3 de maio, Mons. Huonder publicou seu próprio comunicado, no qual tornou conhecida a decisão de Francisco e no qual diz: "Sou grato por ter me dado a possibilidade de levar adiante e acompanhar alguns trabalhos que ainda não estão concluídos dentro da diocese como em outras áreas".

Será por isso que há vários anos a FSSPX vinha se preparando para receber o Bispo Huonder em uma de suas casas publicando, para esse fim, artigos a seu favor?

Por sua vez, o Pe. Nay, fundador e administrador do site GloriaTV, afirmou em maio de 2017 o seguinte a respeito da prorrogação dada por Francisco ao mandato de Mons. Huonder (extrato):

As conjecturas sobre as razões da prorrogação começaram rapidamente. Por que Roma não tem pressa em desfazer-se do bispo de Chur, por quem o Papa Francisco teria pouca simpatia? A resposta: porque Roma tem mais coisas para fazer com pressa. O quê? A regularização da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X. O que isso tem a ver com Huonder? Mais do que alguém poderia pensar. A Casa Geral da Fraternidade não está situada na diocese de Chur, mas muito próxima a ela. Huonder é, como se diria no jargão da esquerda, o mais importante "portador de esperança" suíço para a Fraternidade.

Durante anos, Huonder, por qualquer motivo que seja, tem celebrado a missa tridentina. Ele também visita as casas da FSSPX (a mídia não notou isso). Isso impressiona a Fraternidade. Huonder é o bispo suíço mais próximo do bispo suíço Bernard Fellay. A prorrogação de Huonder é certamente um sinal encorajador para o Bispo Fellay. Ele anima em sua opinião (não estou brincando) de que o Papa Francisco também está "bem disposto" em relação à sua Fraternidade, apesar do fato de que ele comumente descreve os Piedosos (e outros) como fariseus de mente estreita.

Nesse contexto, a prorrogação de Huonder é, portanto, uma medida de construção de confiança (ou medida tática).

Na diocese de Chur, Francisco não precisa se apressar. As coisas não estão tão mal ali. A formação de padres na escola superior de teologia nunca foi tão ruim quanto é hoje.

Desde que Huonder assumiu o cargo - como me disseram - 10 padres da ala católica deixaram a diocese. Os homossexuais permaneceram. Os padres, que vivem com uma concubina declarada publicamente, celebram sob o olhar de Huonder a missa por ocasião de seu jubileu sacerdotal. Os liberais não precisam temer Huonder. É por isso que a reclamação da esquerda sobre Huonder não é realmente compreensível.

É uma clara demonstração de sua tendência liberal que a FSSPX tenha expulsado um bispo católico por "negar o holocausto" e depois se prepare para receber, e de fato recebe no seio de sua fraternidade, um bispo conciliar, ecumenista e liberal, um modernista filo-judeu defensor da "Nostra Aetate":

"A declaração (Nostra Aetate) não deve ser considerada uma traição à fé cristã. Ela é amigável. É pacífica. É aberta. É de boa fé, é benevolente...".  Trecho desse sermão de Mons. Huonder.

Como um liberal convicto, o Bispo Huonder também é amigo dos maometanos. De acordo com o Relatório Anual de 2017 da Conferência Episcopal Suíça, no Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, no Setor "Religiões Não-Cristãs, Comissão para oDiálogo com Muçulmanos e Grupo de Trabalho Religiões Asiáticas e Africanas AG AAR", o Bispo Huonder atua como "Corresponsável".

E um último dado sobre a postura desse bispo em relação à moral: deve-se saber que, em 15 de março de 2013, Mons. Huonder suspendeu as funções canônicas do padre Reto Nay como castigo por um vídeo da GloriaTV que denunciava os bispos alemães que permitiam o uso da pílula do dia seguinte em "certos casos".

A CONTRADIÇÃO TÍPICA DO CATÓLICO LIBERAL, REFLETIDA NO BRASÃO DE ARMAS DO BISPO HUONDER: PRETO E BRANCO... CORDEIRO DE DEUS E ANIMAL SEMELHANTE A UM BODE...

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"É ótimo poder oferecer um lar a um bispo como esse".

P. Firmin Suter FSSPX, Diretor do Instituto Sancta Maria, Wangs, Suíça.